A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin

sábado, 27 de setembro de 2014

Parcela da qual faço parte

"Queria ser doutora, mas vou ficar quieta mesmo" Francilene, 14 anos. 

Essa frase acabou comigo. Faço parte de uma parcela do Brasil que tem o privilégio de poder sonhar em ser alguém importante e poder seguir em frente com esse sonho. Cursar uma faculdade, ter um emprego e tentar ser aquilo que sonhou. Faço parte de uma parcela do Brasil (diria do mundo, mas não vou generalizar), que tem o desejo e o impulso (de tudo a sua volta) para ser um líder de sucesso. A Geração Y, totalmente capaz de lidar com todo tipo de tecnologia e liderar de forma diferente das gerações passadas.

Faço parte de uma parcela do Brasil (do mundo mais uma vez, mas não quero generalizar de novo), que mais parece uma criança mimada quando não consegue o que quer ou quando seu conforto é abalado. "Não tem água em São Paulo? Como assim vou ter que economizar no banho e deixar meu carro sujo? Não estou nem ai... Os políticos que resolvam o problema... Eu que não vou me prejudicar por causa da má administração deles". Enquanto isso, milhares de famílias não tem água faz tempo lá nas regiões secas do nosso nordeste e outras só tem acesso a uma água suja, não essa branquinha e limpa que sai da sua torneira. (Sim, na África também brigam por água, mas não vou generalizar de novo.)

Faço parte de uma parcela do Brasil (do mundo, mas de novo...) que está totalmente alheia ao sofrimento e pobreza, preocupada mais com o lançamento do iPhone 6 e como o Plus entorta, enquanto pessoas morrem antes de chegar em um hospital por causa da Ebola (ops, é fora do Brasil). Leram que Steve Jobs não deixava seus filhos usarem iPad, dizem que estão preocupadas com o monstro que os smartphones se tornaram, mas se preocupam mais em ter, ter e ter mais um pouco.

Faço parte de uma parcela do Brasil (e não falo do mundo aqui, pra deixar claro, falo desse sudeste de onde sou) que acha que é mais intelectual que outros, mais estudado, mais capaz de eleger um candidato, dono da verdade e super politizado (porque quem gosta de vermelho é pobre sem estudo). Só porque estudou em uma faculdade ou tem um bom emprego. Ai... que dó de pessoas assim. Garantir presença numa sala de aula não faz de você inteligente e melhor que ninguém. E nem dono da democracia. O que você lê sobre o Brasil além do que a Veja mostra?

Faço parte de uma parcela do Brasil que gasta uma fortuna num jantar, esbanja dinheiro com todo tipo de tecnologia, roupa da moda do momento, compram as coisas pela marca e não por necessidade, (aliás, que confunde necessidade com desejo "preciso de uma Dudalina, o que vão pensar de mim se eu não tiver?"), se comprometem em dividas absurdas pra o ter o carro que demonstre mais status e dizem ter vergonha de andar de ônibus e criticam os funkeiros e a galera do rolezinho por "ostentarem". Vocês ostentam todos os dias... Hipocrisia pura. A parcela que faz tudo isso e enche a boca pra dizer que "quem recebe Bolsa Família é va-ga-bun-do". Nem vou comentar mais... Eles não se dão nem o trabalho de ler sobre o assunto, sobre a opinião da Onu, nem querem saber que a fome diminuiu pela metade nos últimos 20 anos no país... Pra que discutir com gente assim.

Faço parte de uma parcela do Brasil cheia de preconceitos, que criticam sem pensar e acham que acabar com a pobreza é num piscar de olhos, num passe de mágica. É... Só que não.

Enquanto milhares de Francilenes, de 14 anos, já casadas, dizem que queriam ser doutoras, advogadas, engenheiras, enfermeiras... mas que vão ficar quietas mesmo, porque já aceitaram que não podem ser o que a parcela do Brasil (da qual faço parte) tem o privilégio de ser, nós (da parcela) continuamos vivendo para nós mesmos, nossos sonhos tolos, nossas vidas medíocres, nossos jantares caros, nossos "haha" no whatsapp, nossas opiniões já formadas, nossas vidas cheias de coisas, mas vazias de amor e compaixão.

Querida parcela brasileira, da qual faço parte, no que nos tornamos?
Queridos jovens da Geração Y, da qual faço parte, será que nossos sonhos valem mesmo a pena ser levados a diante? Se for para o nosso conforto, para o nosso sucesso, só para nós... Não. Não valem a pena.

Faço parte dessa parcela do Brasil que está com o foco só nela. Mas deixa eu te falar de uma outra parcela da qual faço parte: dos cristãos dispostos a abrir mãos dos seus sonhos, para viver de acordo com o sonho dAquele que olha para as Francilenes com amor e compaixão. O único capaz de restaurar vidas e a justiça no Brasil, do qual faço parte.

Pertencente a uma parcela alcançada por uma graça que não me deixa estar insensível à vida,
Melissa Lima (futura jornalista, que tem tido os sonhos mudados a cada dia)

"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações.Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno" Salmos 139:23-24

*Foto da reportagem do El País "A busca pelos ‘excluídos do Bolsa Família’ encontra os brasileiros invisíveis" http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/21/politica/1411258987_199737.html

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Como uma avalanche

Para o precipício caminhava. As escamas em meus olhos não me deixavam ver. Correntes prendiam minhas mãos. Dúvida, insegurança, raiva, medo. O que era o amor?

Não dava... Não podia... Não era capaz de limpar meus olhos para enxergar. Desespero. Um vazio imenso me corroía. Solidão. Eu não conseguia nem gritar. Me sentia como morta.

Até que algo me deteve. Não. Era alguém. Seu toque foi suave. Mas por dentro senti um terremoto. Ele me segurou e abalou tudo. As correntes quebraram. Com um sopro, Ele limpou as escamas. E finalmente eu vi.

Ah, eu vi. A verdade estava na minha frente. E então Ele sussurrou algo. "Eu te amo. Você é minha e eu te liberto".

E pela primeira vez me senti completa. Estou viva! Estou livre!

Cai de joelhos. A graça de Deus me alcançou como uma avalanche.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sobre a minha ansiedade... E a resposta de Deus pra ela

A ansiedade me prende, me deixa nervosa, com medo, insegura quanto ao futuro. É tanta coisa, tantas dúvidas, incertezas, angústias... Mas "enquanto o medo quer me paralisar e a incerteza me fazer voltar, a tua mão sustenta o meu caminhar". É o Senhor que me dá um ânimo novo, que restaura e aquece o meu coração. Quantas vezes me esqueço que na tempestade o Senhor está ao meu lado? O Deus Emanuel, presente em todos os momentos, bons ou ruins.  Mas sou teimosa... Seguro toda essa ansiedade e medo nas minhas mãos. Tento controlar minhas emoções e deixo o medo quanto ao futuro reinar. Sei que deveria deixar isso com Deus, mas...  "Hey... Eu Sou o Deus aqui. Você não me chama de Senhor? Que tal abrir a mão e deixar que eu cuide de tudo para você? Você não tem percebido que esses medos e incertezas se tornaram ídolos em seu coração? Não preciso disputar meu lugar com ninguém. Quero te dar a minha paz, que excede a todo entendimento. Porque você não a aceita? Pare de lutar, saiba que eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações e povos, mas quero ser exaltado em seu coração também. Entregue suas ansiedades. Melhor... Lance todas elas sobre mim. Pode lançar, eu suporto! De volta te entregarei o meu fardo, que é leve. Se eu sou Deus e estou ao seu lado, porque é tão difícil pra você acreditar que você pode todas coisas? Sou eu quem te capacita. E mais... Sou eu quem luta por você! Deixe eu ser Senhor em sua vida. Quando você permitir isso, saberá o que é sentir aquela paz que há muito tempo estou tentando te dar".

"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus"
Filipenses 4:6-7

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Mais um ano... Mais um número...

Melissa Lima

Porque será que nos lembramos de agradecer a Deus por "tudo" somente no dia 31? Murmuramos e reclamos durante todo o ano, mas no último dia somos a pessoa mais grata e contente do mundo. Será que isso não revela um coração hipócrita?

Nossos problemas e dificuldades vão juntos para o próximo ano. Nada milagrosamente irá mudar. Não é uma página em branco, nem a primeira de 365 como dizem. Vivemos em uma jornada que não tem términos de livros. É o mesmo livro, desde aquele dia em que apontamos ao mundo, as páginas estão sendo contadas.

E o que fazemos? Vivemos o começo de um ano da maneira mais determinada possível, alegres, fiéis a Deus, dispostos a ser diferentes. Afinal, o mal que habita em nós (Rom 7:17) traz memórias nada boas do ano anterior e queremos mudar agora. Falhamos, erramos, pecamos, magoamos. 2013 foi sim marcado por nossos pecados também. Mas nos esquecemos deles no período de festas, que duram até o carnaval aqui no Brasil. Como se tudo aquilo fosse esquecido... Como se eu fosse uma nova pessoa...

E porque no meio do ano nos frustramos? As metas já não foram alcançadas, os sonhos esquecidos e voltamos a ser a mesma pessoa do outro ano. Cometemos os mesmos erros e voltamos a reclamar da vida. O mal volta a agir em nosso lugar e pecamos. E aí chega o final de dezembro e as esperanças para 2015 vêem junto.

Sabe o que acontece? O ciclo continua... E vai continuar a não ser que uma vez por  todas a gente descubra que não somos fortes o suficiente para ser quem deveríamos ser. Não teremos um ano diferente, a não ser que a gente descubra que é na nossa fraqueza que o poder de Deus se aperfeiçoa (II Cor 12:9).

Mas sabe o que, na minha opinião, é ter um ano diferente? É aprender o segredo de viver contente em toda e em qualquer circunstância (Fil 4:12). É ser grato, mesmo que tudo tenha sido o oposto do que planejamos. Afinal, devemos dar graças continuamente, não apenas no final de um ano, pois tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus (Rom 8:28). E cooperar para o nosso bem não quer dizer que tem que dar certo depois. Tudo coopera para sermos moldados e aperfeiçoados, para sermos mais próximos da imagem de Cristo, mais santos, pois essa é a vontade de Deus (I Tes 4:3).

Mais santos? Sim. "Sejam santos porque eu sou santo" (I Pe 1:16). A santificação deve ser nosso foco todos os dias, não só em janeiro. Precisamos lutar todos os dias do ano contra o mal que habita em nós, contra o nosso coração pecaminoso e propenso a nos fazer pensar que somos os mais dignos de pena. Precisamos preferir dar honra aos outros mais do que a nós mesmos (Rom 12:10). Quantas vezes em 2013 nós não nos alegramos com os que se alegravam simplesmente por causa da inveja? Quantas vezes não choramos com os que choravam por que não conseguimos nos colocar no lugar deles e ver as coisas com o olhar deles (Rom 12:15). Mas não... Nossos conselhos são: para de frescura, isso não é nada. Você está exagerando, isso nem é grande coisa. Podemos não falar assim, mas pensamos. E esses pensamentos nos levaram a deixar muitas pessoas passar por dificuldades sozinhas, quando precisavam de um ombro amigo. Quantas vezes falamos de Cristo em 2013 e da razão da nossa fé? Aliás, demonstramos fé em 2013 ou um coração incrédulo?

Não somos fortes o suficiente para ter um "Feliz 2014". A nossa natureza humana nos levará a ser como antes. O calendário não transforma ninguém. Mas eu conheço um Deus que transforma. Mas Ele não faz isso de um ano para o outro também. Ele transforma pouco a pouco, a cada dia, quando desistimos de controlar nosso futuro e atitudes e entregamos o controle a Ele.

Assim, seremos capazes de demonstrar um coração grato durante todas as estações de 2014, 2015, 2016, e por aí vai. Que as nossas motivações e alegrias não estejam apenas na esperança de um novo ano, mas sim no Deus que é atemporal, que não se baseia no nosso calendário para nos abençoar. Aliás, viver no tempo dEle é muito melhor.

Feliz caminhada com Cristo, seja em 2014, 2015, 2020, 2024, 20....

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Retratando um Natal diferente

Melissa Lima
- Betinho, onde Jesus nasceu?
- Em um lugar bem fedido!

E não é que ele tem razão? O nascimento do Rei do reino que não tem fim foi um lugar sujo e sem esplendor. Não foi em uma maternidade cheia de cuidados e com cheirinho de bebê. O Rei que tinha os céus e a Terra sob o seu domínio nasceu em uma noite simples, ao som de grilos e frequentes rugidas. O cheiro não era nada bom e o lugar não estava preparado para receber uma bebê. Muito menos um Rei. Mas foi lá que ele nasceu para nos ensinar que a Sua glória manifestada no céu nada se compara com qualquer conforto terreno.

Afinal, os céus declaram a glória de Deus e o firmamento proclama as obras de suas mãos. E uma coisa podemos ter certeza: o céu estava lindo naquela noite! Uma grande estrela brilhou anunciando o grande nascimento. Ele nasceu sob a luz do luar. Que cenário seria mais bonito?

O lugar podia ser fedido e sujo, mas a festa era no céu. E essa festa continua acontecendo toda vez que alguém crê que aquele pequeno bebê é o Messias, o salvador do mundo. Podemos fazer a festa mais bonita nas nossas casas e igrejas. Podemos enfeitar nossas árvores e encher de luzes. Mas nada disso se compara com o esplendor do céu, que continua manifestando a glória de Deus, a glória daquele pequeno bebê que veio para sofrer e morrer pelos nossos pecados.

E o vídeo abaixo representa exatamente como o céu estava ontem e hoje. Foi isso que decidi retratar neste Natal. Afinal, foi esse mesmo céu que presenciou o nascimento de Jesus, o meu salvador e Rei!

Timelapse dia de Natal 2013 - Melissa Lima from Melissa Lima Silva on Vimeo.

Feliz Natal!
E não se esqueça de olhar para cima :)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Síria, Estados Unidos, Rússia e, talvez, um acordo ideológico

Melissa Lima

Mais de 115 mil mortos e 2 milhões de refugiados são o saldo da guerra civil que acontece na Síria, desde o início de 2011. Uma guerra que começou como uma rebelião pacífica na cidade de Daraa, liderada pelos sunitas com apoio da população geral, que exigiam mais democracia, inspirados pela Primavera Árabe no Egito e na Tunísia. No entanto, foi só em agosto deste ano que os acontecimentos na Síria tomaram uma forte repercussão mundial, depois da ameaça de uma possível intervenção dos EUA e seus aliados, que resultou em um acordo entre Washington e Moscou.

Os rebeldes querem a queda de Bashar al-Assad, que assumiu a presidência após a morte de seu pai, Hafez al-Assad, em 2000, dando continuidade ao seu poderio iniciado em 1971. No início, as manifestações não foram bem recebidas pelo governo. Há relatos que crianças foram presas e torturadas após picharem uma frase típica da Primavera Árabe, pedindo a queda do regime. Foi após esse fato que as reivindicações pacíficas se tornaram na guerra que desestabilizou e destruiu a infraestrutura do país, além de ser a mais longa da Primavera Árabe. 

No dia 21 de agosto a suspeita do uso de armas químicas contra a oposição Síria foi o estopim para que Obama anunciasse uma intervenção militar no território Sírio, com o apoio da Grã-Bretanha e França. De acordo com os EUA, mais de 1000 pessoas morreram, de militares à crianças. A suspeita do uso de gases letais foi confirmada pelo ONU em setembro, mas quem os utilizou ainda é incerto. No entanto, o governo americano afirma que o uso partiu do regime Assad, na tentativa de conter os rebeldes. Foi com um discurso moral que "Obama e o secretário de Estado, John Kerry, têm dito que o mundo não pode ficar parado assistindo tamanho sofrimento", como disse o jornalista Mark Mardell da BBC.

Esse discurso moral dos EUA, que tentam impor seus valores ao resto do mundo, levantou outra discussão e rejeição. Como pode um país que já utilizou armas químicas e biológicas, tendo como um dos seus aliados a Arábia Saudita (um dos maiores violadores dos direitos humanos do mundo) utilizar de um discurso moral contra a Síria? É o que discute Vicenç Navarro, sociólogo espanhol. Segundo ele, o verdadeiro interesse americano é recuperar a hegemonia política que seu governo e seus aliados europeus estão perdendo. 

Navarro coloca em pauta a crise do Estado do Bem-estar Social dos EUA e da União Europeia, que tem causado instabilidade nestes países. Por conta dela, a população não deu o apoio que o governo esperava para essa intervenção militar. Estimasse que os EUA gastariam 1 bilhão de dólares atacando a Síria, ao mesmo tempo que cortou gastos do programa Food Stamps, que assiste 20 milhões de crianças.

A preocupação então não é moral, uma vez que programas de bem-estar social estão sendo declinados nos EUA. A intervenção aconteceria por causa da aliança Síria-Irã, apoiada pela Rússia, já que Assad estava recuperando a liderança do país, vencendo a luta contra os rebeldes. Vicenç Navarro disse que o incidente das armas químicas foi como uma desculpa para atacar este governo. “Esse é o objetivo da intervenção: tentar recuperar a hegemonia que o governo federal dos EUA (e da Europa) está perdendo, tanto no exterior como no interior”, afirmou.

O ataque iria acontecer mesmo sem o aval da ONU. Mas os EUA viram suas forças minarem quando o Reino Unido, o maior aliado americano, recuou na decisão de intervir na Síria. O “não” foi decidido no dia 29 de agosto na Câmara Baixa do Parlamento britânico, quando tanto os parlamentares conservadores e o partido trabalhista Labour exigiram provas que armas químicas realmente foram utilizadas pelo regime de Assad.

Os EUA correram atrás de novos aliados, como afirmou Chuck Hagel, ministro da Defesa norte-americana, após o “não” do Reino Unido. A França, porém, continuou firme na decisão de intervir na guerra civil Síria. Aliás, ela foi o primeiro país a reconhecer o apoio aos rebeldes sírios e confessar que fornecia armas a eles. Mas François Hollande se viu isolado quando os EUA também recuaram na decisão, após decisão do Congresso e acordo firmado com a Rússia, principal aliada da Síria.

Foi em um sábado (14/09) em Genebra que John Kerry, secretário de Estado americano, e Serguei Lavrov, secretário de Estado russo, anunciaram qual era o acordo após três dias de negociações. Os países concordaram que todo arsenal químico deve ser destruído até 2014. Caso contrário, uma intervenção militar americana pode acontecer. Os inspetores das Nações Unidas também precisam ter total acesso aos arsenais.

Mas a destruição de todo esse arsenal é ilusória, segundo Olivier Lepick, especialista da Fundação para a Pesquisa Estratégica, de Paris: “Dada a guerra civil, não creio que seja possível destruir o arsenal químico daqui até 2014”, disse. O especialista também afirmou que a Síria não tem nenhuma estrutura para destruir todo esse arsenal, o que custaria milhões de dólares. Nem os EUA e a Rússia conseguiram destruir todas as armas químicas desde os anos 90, mesmo com os bilhões de dólares investidos, mas assinaram esse acordo.


“Um acordo explicitamente limitado às armas químicas equivale a dar a Bachar Al-Assad uma permissão para utilizar misseis, aviões, tanques e artilharia contra seus compatriotas”, disse Jean-Pierre Filiu, historiador do mundo árabe. Ou seja, o acordo pode ser um aval para a utilização discriminada de armas biológicas. Esse seria então um acordo ideológico?

A verdade é que a situação preocupa Israel e todo o Oriente Médio de que esse arsenal caia nas mãos da Al Qaeda, a “força rebelde”. Essa guerra civil pode tornar-se não mais interna, mas espalhar-se por todo o Oriente Médio. Por isso, a dúvida que fica é: será que esse acordo entre Rússia e EUA é apenas ideológico? Será que uma guerra ou uma intervenção militar pode ocorrer a qualquer momento? Uma certeza nós temos: a Síria não cumprirá o acordo até 2014. Será o início de uma nova Guerra Fria?

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mundo injusto?

Uma análise sobre a crise, a desigualdade, a economia mundial e a minha ignorância sobre tudo isso


Melissa Lima

Vejo miséria e pobreza todos os dias na TV. Ando pela Avenida Paulista, símbolo comercial de São Paulo, a caminho do estágio e contemplo o contraste da humanidade diariamente: engravatados de cabeça erguida passando por desabrigados, que inutilmente estendem uma das mãos, clamando por ajuda. Já participei de projetos sociais. Levei lanche, roupas e água mineral para desamparados. Brinquei com crianças em casas de abrigo, abracei idosos em asilos e comprei almoço para duas pessoas que me pediram. Tento cumprir a minha “missão” social. Afinal, moro em um país onde a desigualdade é evidente, onde ficar sensível para tudo isso é mais fácil. Mas, será que é mesmo? Será que conheço a realidade da maioria? Após conhecer a história de Cristina Fallarás, descobri que a resposta é não.

Como estudante universitária brasileira, convivendo com amigos de classe média ou média alta, posso dizer que pouco conheço a realidade do mundo. No entanto, com a leitura de “Sou a despejada que fala” a realidade bateu na minha porta ao pensar que Cristina Fallarás poderia ser a prima de uma amiga, uma tia distante, uma colega de trabalho ou, mais assustador ainda, a minha mãe. A minha hipocrisia só me permitia olhar com piedade para as pessoas prejudicadas pelo injusto sistema econômico mundial, sabendo que em casa tenho tudo o que preciso. A história dessa jornalista espanhola abalou o meu sentimento constante de segurança. Por ela estar mais próxima da minha realidade, fui capaz de compreender o que é viver sem o mínimo de dignidade possível.

Não compreendia, e confesso que ainda não compreendo, a dimensão da crise financeira que atingiu principalmente os países europeus. Mas, por meio dos textos indicados, posso concluir que a causa de tudo isso é tão profunda, que não sou capaz mesmo de compreender tudo.

Como pode um banco brasileiro ter um lucro maior do que a economia de 33 países? Um país que é o 4º em desigualdade social, segundo estudo feito pela ONU em 2012. A pirâmide global da riqueza infelizmente indica que quase 70% da população mundial tem menos que 10 mil dólares. Enquanto apenas 29 milhões de adultos possuem uma riqueza 12 vezes maior que a da maioria. Mundo injusto?

Vicenç Navarro na coluna “Domínio Público” do Diário Público (Espanha) apresenta dados ainda mais específicos. “Entre 1983 e 2010, os 5% da população com maior propriedade viram-na crescer 83%, enquanto os 80% de toda a população (a grande maioria da cidadania) viam descer a sua propriedade em 3,2%”, afirma o colunista. Ele ainda diz que em 1973 um CEO de uma grande empresa recebia “apenas” 22 vezes mais que um empregado comum de sua empresa. Em 2008 a desigualdade passou para 231 vezes. Mundo injusto?

Como disse Vicenç Navarro, “a concentração de poder econômico e financeiro enfraquece enormemente a democracia, até o ponto de eliminá-la em muitos países”. E penso que posso afirmar que um desses países é o meu Brasil. O estudo do cenário econômico mundial nos permite compreender muitos dos problemas pelos quais ansiamos por mudanças. Talvez seja a causa de todos os males. Talvez a minha geração precise olhar para isso, para poder sair nas ruas com a motivação correta, lutando contra esse mundo injusto.

*Este análise foi escrita baseada nos textos abaixo, indicados pelo meu professor de História, Cultura e Comunicação, José Salvador Faro. Diga-se de passagem, a melhor matéria, o melhor professor.
Bonificações intoleráveis (The Guardian, via Presseurop)

sábado, 6 de julho de 2013

O problema com o mundo sou eu

Está tudo errado. Tudo estranho. Tanto que,
às vezes, ou muitas vezes, parece que o mundo inteiro conspira contra mim. Pessoas chateiam, te dão pouca importância, ignoram, menosprezam, humilham e tudo sem ao menos perceber. E ai penso: por que são egoístas? Por que não sabem amar? Por que o mundo está desse jeito?

Mas cheguei a uma conclusão e resposta para essas perguntas: a culpa é toda minha. O problema do mundo sou eu!

Não, essa não é uma conclusão depressiva, como de uma pessoa que com argumentos assim pensa em tirar a própria vida. Pelo contrário, essa resposta me libertou! Me libertou do meu orgulho, do meu egoísmo, do meu pecado, do meu eu.

Pela Bíblia percebi o quão pecadora e indigna eu sou. Indigna do amor de Deus. Indigna do seu perdão. Mas, pela graça, um presente imerecido, Ele me ama. E pela sua misericórdia, Ele me perdoa. Mas essa minha natureza humana faz questão de se lembrar apenas desse amor, deixando de lado a justiça de um Deus Santo.

Músicas que me dizem que "Ele me ama, me ama, Oh como Ele me ama", podem levar a emoção, mas será que não elevam o meu ego? Esse amor não é só pra mim, Ele amou o mundo inteiro. Quem sou eu para que o foco esteja em mim, enquanto deveria estar em Cristo? Enquanto o meu "eu" deveria estar sendo diminuído para que Ele cresça?

Os holofotes estão virados para mim enquanto me lembro apenas que Ele me ama e me esqueço que Ele ordenou que eu o ame. De todo coração, de toda alma, de todo entendimento. Será que realmente o amo dessa maneira?

Se o amasse dessa maneira não estaria preocupada em receber reconhecimento humano ou ter uma "auto" auto-estima, enquanto Ele me diz para ter uma estima, um conceito equilibrado de mim mesma, considerando os outros superiores a mim.

Os psicólogos que me perdoem, mas eu não preciso estar "de bem comigo mesma". Preciso apenas estar em comunhão com Aquele que me criou e me mostra o quão suja sou. Eu não preciso saber quais são as minhas qualidades e acreditar em mim. Eu preciso colocar a minha confiança em meu Deus, depender somente dele, sabendo que por minhas forças eu não consigo, mas que tudo posso naquele que me fortalece. Eu não preciso de uma "auto" auto-estima. Eu preciso me humilhar diariamente debaixo da poderosa mão de Deus, reconhecendo que sua graça me basta e seu poder se aperfeiçoa na minha fraqueza.

O problema com o mundo está no meu coração orgulhoso, prepotente, egoísta e egocêntrico. Que quer honra, glória e louvor das pessoas. Quer atenção, holofotes, afirmação e carinho. Uma vez que reconheci que o problema é esse, tudo ficou tão mais claro. Descobri, e finalmente entendi, que vivo em uma guerra constante contra o mal que habita em mim.

O problema com o mundo sou eu.
Sim, sou eu.

Uma garota cheia de problemas e enigmas, mas alcançada pela graça de Deus,
Melissa Lima.


quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Brasil Acordou!


Quem imaginaria que estaríamos vivendo momentos como esses? O país pentacampeão mundial, conhecido e venerado ao redor do mundo pelo seu futebol, está nas ruas, durante a Copa das Confederações, contra todo o investimento na Copa. Contraditório. Quando que a FIFA imaginaria que isso aconteceria? O governo nunca que ia imaginar que o povo se levantaria contra a Copa do Mundo. Afinal, o que mais vemos por aqui são torcedores fanáticos, que lotam a timeline do Facebook com notícias dos seus times. Agora, os mesmos estão preenchendo as redes sociais com suas indignações, afirmando que não querem uma imagem bonita do Brasil lá fora, enquanto aqui vivemos sendo vandalizados diariamente. E se levantaram, foram às ruas, e gritam, clamam, exigem um Brasil para todos, de verdade!

Podem dizer que demorou pra acontecer, que a Copa já estava sendo anunciada desde 2007 e blábláblá... O que isso importa agora? O que importa é que o Brasil está INTEIRO nas ruas neste exato momento, em quase 100 cidades. Só no Rio de Janeiro tem 1 milhão reunido. 1 milhão!! Isso me emociona. Se você não consegue sentir isso ainda, te convido a IR PARA A RUA.

Eu fui. Estar no meio de todo aquele povo, cantando o hino nacional, com o orgulho que nenhuma Copa na história registrou, é marcante. Um povo com a bandeira nas costas, um cartaz na mão e um só sentimento: mudança! Isso me fez sentir um orgulho de ser brasileira, como nunca senti antes. Saber então que é a minha geração que começou tudo isso, que está lá em peso, com corações e desejos idealistas, é inacreditáve e me arrepia por inteirol!

Subindo a rua Brigadeiro Luiz Antônio, nas sacadas dos prédios as pessoas aplaudiam, gritavam junto e em um ato de apoio balançavam lençóis brancos. Idosos, jovens, adultos, crianças... Se via de tudo! Do meu lado passou uma família, pai, mãe e dois meninhos, entre 4 e 5 anos, subindo junto com a multidão. Do outro lado, uma garota com dificuldade para andar, de muletas, mas mesmo assim apoiando o seu país. Parado com um cartaz erguido, um senhor de idade, dizendo que já está farto desse Brasil escroto, que cremos que está prestes a mudar.

O Brasil acordou. Demorou, mas acordou! E é isso que importa! Milhares de pessoas nas ruas dizendo para o governo que não aguenta mais ser tratado como um nada, indignamente. Dizendo que não querem a Copa aqui, mesmo amando futebol. Querem ver um povo com saúde, educação, transporte de qualidade e vivendo dignamente. Estão cansados de tanta desigualde. Tanta corrupção. Tanta indiferença. Tanta sacanagem dos nossos governantes. Estão cansados de ter que passar uma imagem boa para o mundo, enquanto são vandalizados todos os dias.

Agora, como cristã sei que posso fazer algo mais eficiente que protestar. ORAR. E isso estou fazendo e convido todos os meus irmãos em Cristo a se unirem em um clamor por nossa Nação, e a se unirem nas ruas também!

Eu fui pra rua, e vou voltar. Eu fui e volto, porque sonho sim com um país melhor, sem corrupção, que invista na saúde e na educação. Parabéns Brasil! Parabéns povo brasileiro, que não foge à luta. Parabéns por estar demonstrando tanto patriotismo, que eu pensava que não existia mais por aqui.

Eu amo esse país e por isso eu digo: #vemprarua e #orepeloBrasil

"Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados.
Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados".
Provérbios 31:8-9






Melissa Lima Silva, 21 anos, brasileira com orgulho!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Publicada no RROnline


Escola prepara deficientes auditivos para mercado de trabalho
Centro de Qualificação oferece cursos profissionalizantes

MELISSA LIMA
Especial para o RROnline

O Centro de Qualificação Profissional (CQP), localizado no bairro Jardim do Mar, em São Bernardo do Campo, há um ano possui um programa de inclusão de surdos, no qual os deficientes auditivos atendem as mesmas aulas que os ouvintes, com o auxílio de professoras intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Nesse semestre estão matriculados no EJA (Educação de Jovens e Adultos) 16 alunos surdos.

O programa de inclusão teve início em fevereiro de 2012 e desde então os surdos podem participar de todas as aulas profissionalizantes que o CQP oferece, como informática e costura, por exemplo, além do curso supletivo de Ensino Fundamental.

As aulas são lecionadas em português por professores regulares e ao mesmo tempo é interpretada em Libras, por uma equipe de seis professoras que se revezam entre as salas de aula. Todas as intérpretes são pedagogas com especialização em educação especial para deficientes auditivos, como é o caso de Selma Cardoso, que há 22 anos trabalha com este público.

Selma é pedagoga, formada também no curso Deficiente da Audio e Comunicação, e em 2012 se graduou em Línguas de Sinais. Ela foi uma das primeiras intérpretes de Libras em palestras e congressos na região de São Paulo. Selma está no CQP há um ano e interpreta as aulas de história e geografia atualmente. “É preciso trabalhar em conjunto com o professor oficial da classe, estudando o material de aula previamente” afirma.

O programa de inclusão de surdos no CQP tem como objetivo principal integrar o deficiente auditivo no mercado de trabalho, capacitando-o para isso, e estimular o relacionamento interpessoal com os ouvintes. O estudante surdo V. S. de 17 anos, sonha em ser dançarino profissional e cursa hoje a 8ª série do Ensino Fundamental. “Nos sentimos respeitados aqui no CQP. Podemos dar a nossa opinião, pois as intérpretes nos ajudam na comunicação e isso nos deixa tranquilos”, afirma.

Inclusão em São Bernardo

Pela lei 10.436, sancionada em 2002, a Língua Brasileira de Sinais – Libras é reconhecida como a forma de expressão e comunicação da comunidade surda do Brasil. Portanto, deve ser garantido o direito de inclusão dos surdos em qualquer lugar.

Segundo a assistente da diretoria da Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo, Virgínia Marino, o município possui mais 4 escolas pólos na inclusão de surdos, além do CQP, que são: EMEB Neuza Macellaro Calado, EMEB Profª. Nadia Aparecida Issa Pina e EMEB Octávio Edgard de Oliveira de Ensino Fundamental e EMEB Padre Manuel da Nóbrega de Ensino Infantil. 

Virgínia Marino afirma que não há novos projetos para a implantação do programa de surdos em outras escolas de São Bernardo, pois, segundo ela, o objetivo da Secretaria é investir nessas 5 escolas pólos para que a cultura surda seja respeitada, mantendo a comunidade surda próxima.

http://www.metodista.br/rronline/noticias/educacao/2013/03/centro-de-qualificacao-profissional-e-modelo-na-inclusao-de-surdos.3

sábado, 11 de agosto de 2012

País do Futebol recebe ouro. No Vôlei!!!


Cadê esse Neymar que a mídia levantou? Cadê o futebol do "País do Futebol"?
Uma bela contradição hoje. No País do Futebol quem ganha, com honra e glória, é o Vôlei Feminino (esperando ainda uma final masculina amanhã) e quem perde, bem perdido, bem feio, é o grande time de um craque só (que só serve para fazer propagandas publicitárias). Bem feito Brasil!!! Tá na hora do povo começar a dar valor para os outros esportes e tirar os olhos um pouco do futebol!


Que orgulho ver aquelas meninas que ninguém dava valor e o dinheiro (vamos falar de mais de R$2 milhões?) que um jogador de futebol recebe e ir lá e mostrar mais força e determinação para vencer uma das melhores equipes do mundo, os EUA!!
São times e esportes assim que representam nosso país.


Infelizmente, futebol aqui não está passando mais de publicidade e fama. Foi-se a época que todos ficavam orgulhos de assistir uma boa partida jogada pela nossa seleção. Foi-se a época que craques eram craques de verdade, não um garoto de 20 anos que a mídia elevou o ego lá no último patamar. Foi-se a época que o povo percebia o quanto estava sendo manipulados. E agora, essa manipulação acontece até com o futebol. Só pare pra perceber. Quais são os jogos que mais (ou que só) aparecem na TV?


Corinthias ganha a libertadores. Ual, explosão de comentários no facebook, fotos que não acabam mais. Nada contra a torcida, porque com qualquer outro time seria assim. Mas será que no nosso país não estamos dando valor só para os mais bem favorecidos, os que estão em destaque? Cadê os valores dessa nação? Por isso que nas Olimpíadas estamos lá embaixo na colocação. Afinal, antes de começar os jogos, o que eu mais via na TV eram comerciais falando da capacidade ilusória da seleção trazer um ouro para o Brasil. Um ouro. Era isso o que esperavam. E as outras tantas modalidades que ficaram escondidas, que não são incentivadas por aqui e que ninguém escuta falar no espaço negro que existe entre uma Olimpíada e outra? Essas não podem trazer tantos outros ouros, né? Só o futebol pode, só Neymar consegue. Bem feito! Digo mais uma vez: Bem feito, Brasil!!! Bem feito por incentivarem apenas um esporte somente por causa da montanha absurda de dinheiro que ele se tornou e no mesmo dia ver o Vôlei Feminino recebendo a medalha de ouro enquanto o grande time recebia a de prata.

Valeu meninas do Vôlei por mostrar em todas as partidas que vocês jogam pela paixão pelo esporte e principalmente pela paixão pelo Brasil, e não por dinheiro. Vocês sim merecem ser honradas!


Só escrevo isso porque hoje, assistindo o jogo em um restaurante, apenas com a minha família e uma outra mesa junto torcendo pra valer, tive orgulho de ser brasileira ao mesmo tempo que senti uma indignação enorme por saber que, se fosse futebol, muitas pessoas estariam ali torcendo.